Pós em movimento

 

Código de Ciência e Tecnologia deve ser desmembrado

As mudanças propostas foram decididas depois de diversas audiências e conversas com representantes da comunidade científica

A Relatoria da Comissão Especial da Câmara dos Deputados que analisa o Projeto de Lei 2.177/11 propôs desmembrar os vários subtemas tratados na proposta do novo Código Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI) para que sejam trabalhados adequadamente. Assim, deverá ser elaborada uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC); um Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC); uma legislação específica de Acesso à Biodiversidade; e um projeto de lei que incorpore itens do PL 2.177/11, Lei de Inovações e outras similares. O anúncio foi feito pelo relator do projeto, deputado Sibá Machado, em audiência pública realizada na Fiocruz, no dia 13 de junho.

"Não é mais um código, mas um conjunto de leis", explicou o relator que destacou a importância da mobilização dos deputados para tramitação e aprovação das iniciativas. Machado informou que o texto original já foi bastante alterado, assim como o escopo da lei, que não tramitará mais como código. As mudanças foram decididas depois de audiências e conversas com especialistas do governo e instituições. "Um código engessaria uma área que precisa ser altamente flexível. Vimos também que havia questões que não poderiam ser encaminhadas pelo Legislativo, seria vício de iniciativa", explicou.

No texto original, o PL "institui o CNCTI com vistas à capacitação e ao alcance da autonomia tecnológica e ao desenvolvimento industrial do país". No auditório lotado da Escola Nacional de Saúde Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), os deputados apresentaram o estágio atual da tramitação do projeto e ouviram sugestões dos profissionais da Fiocruz e demais participantes.

Participaram da mesa de debates os deputados federais Sibá Machado (PT-AC), Edson Santos (PT-RJ); Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Jorge Bittar (PT-RJ); o secretário-executivo do Ministério da Ciência, Luiz Antonio Elias; o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha; o secretário municipal de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, Augusto Raupp; e o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha. Estiveram presentes Nelson Brasil, primeiro vice-presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina, Biotecnologia e suas especialidades (Abifina) e Luiz Pinguelli Rosa, diretor da Coppe/UFRJ (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia), entre outros especialistas.

Carlos Gadelha falou da importância do encontro. "Qual é o grande desafio desta iniciativa? Que o gesto represente a intenção. A intenção de colocar ciência e tecnologia em patamares diferentes, com o cuidado para que a lei contribua para tal diferencial", afirmou. "Para tanto, o projeto deve refletir sobre o que é inovação, que deve ser entendido também como fazer aquilo que não era feito antes, dando bases legais para isso", afirmou. "Temos que começar a produzir insumos estratégicos de pesquisa no país, que ter espaço para uma política menos dependente exteriormente", disse ele.

Restrições em concursos públicos

O presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, disse que a legislação discutida faz parte de uma reforma do Estado. Destacou a importância de definir o conceito de inovação e da forma de tratar as relações entre o público e o privado. "Sabemos que é uma estratégia progressiva, que não é possível tratar tudo de uma só vez, mas há vários assuntos importantes", disse o presidente ao destacar o tema concurso, formação e renovação de lideranças. Gadelha se referiu à restrição de abrir vagas no serviço público apenas para profissionais no início de carreira.

Durante o debate, os participantes fizeram muitas críticas à forma burocrática como a pesquisa é tratada pelos órgãos reguladores e enumeraram dificuldades para compras de insumos. O relator Sibá Machado pediu que as sugestões e críticas fossem encaminhadas de forma organizada para a comissão, por escrito, para que fossem incorporadas ao texto como contribuições da Fiocruz. Edson Santos anunciou duas novas audiências: em 1º de julho, na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), em São Paulo; e em 9 de julho, na Câmara dos Deputados, em Brasília, com a presença de ministros.

(Jornal da Ciência)

 
Mostra do 3° Salão Nacional de Divulgação prorroga recebimento de trabalho para o dia 17 de junho
 

A Mostra Científica do 3º Salão Nacional de Divulgação Científica – que será realizado entre 22 e 26 de julho – prorrogou o prazo e receberá trabalhos até o dia 17 de junho. A Mostra Científica visa receber trabalhos acadêmicos de estudantes de graduação, pós-graduação e pesquisadores de todos os estados e instituições de ensino e pesquisa do país, sendo estes provenientes de estudos diversos, em andamento ou concluídos, reflexões e relatos de experiência relacionados ao fomento da inovação científica, social, artística e cultural e a estas enquanto produto ou processo

A mostra é uma das atividades do 3º Salão Nacional – promovido pela Associação Nacional de Pós-Graduandos – que será realizado dentro da programação da 65ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), na Universidade Federal de Pernambuco.  O tema do salão será "Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Soberania Nacional", o evento exibirá a Mostra Científica do 3° Salão Nacional de Divulgação Científica.


Dentre as outras atividades promovidas pelo salão, estão debates, conferências, oficinas, feira de ciências e apresentações culturais.


A submissão de resumos está aberta através do e-mail (mostrasanpg@gmail.com). Na Mostra serão apresentados trabalhos na modalidade sessão coordenada, considerando sete eixos temáticos: Inovação de processos e/ou produtos; Políticas e ações de fomento à inovação; Experiências exitosas em inovação; Inovação: conceito e crítica nas ciências humanas; Experiências e propostas em divulgação científica; Inovação e desenvolvimento sustentável; Inovação: conceito, crítica e processos de criação em arte e linguagem.


Participe e inscreva seu trabalho!

 

DPP publica editais - Confira oportunidades para iniciação científica

O Programa de Iniciação Científica (ProIC) do Decanato de Pesquisa e Pós-Graduação (DPP) torna público dois novos editais, com vigência no período de agosto de 2013 a julho de 2014:
  • Edital ProIC/DPP/UnB – PIBIC nas Ações Afirmativas (CNPq) 2013/ 2014, com inscrição no formato impresso, até o dia 12/06/2013;
  • Edital de Iniciação Científica em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI)/CNPq Programa de Iniciação Científica da Universidade de Brasília (ProIC)/DPP/UnB – 2013/2014, com inscrições por meio do sistema de bolsas -SIBOLW, até o dia 12/06.

Os editais e o modelo de plano de trabalho do aluno estão disponíveis na página do ProIC.

 

 EDITAL 01/2013 - APOIO À PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS CIENTÍFICOS E TECNOLÓGICOS 

 

A FUNDAÇÃO DE APOIO À PESQUISA DO DISTRITO FEDERAL (FAPDF), vinculada à SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO DO DISTRITO FEDERAL, nos termos do Decreto nº 27.958, de 16 de maio de 2007, publicado no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF), de 17 de maio de 2007 e, no uso de suas atribuições, TORNA PÚBLICO o presente Edital e convida os Pesquisadores Doutores ou Mestres e Alunos de Doutorado, Alunos de Mestrado e Alunos de Graduação que fazem parte de Programas de Iniciação Científica, a submeterem propostas de apoio à participação em eventos de natureza Científica, Tecnológica e Inovação (CTI), no País ou no Exterior, sendo estas: apresentação de trabalhos em congressos ou similares; cursos de curta duração em instituições publicas ou privadas, que desenvolvam atividades voltadas à Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) CTI; visitas técnicas em instituições de P&D e CTI.

1 DO OBJETIVO
1.1 Apoiar a apresentação de trabalhos em eventos CTI, no País ou no Exterior;
1.2 Apoiar cursos de curta duração em P&D e CTI, no País e no Exterior, no máximo de 15 (quinze) dias;
1.3 Apoiar visitas técnicas a instituições de P&D e CTI, no País e no Exterior, no máximo de 30 (trinta) dias, visando o desenvolvimento CTI no Distrito Federal, por meio da aquisição de conhecimentos específicos.
2 DAS DEFINIÇÕES DOS EVENTOS CIENTÍFICOS, TECNOLÓGICOS E DE INOVAÇÃO, NO PAÍS E NO EXTERIOR.
2.1 Eventos Nacionais – Congressos e similares realizados no País, fora do Distrito Federal;
2.2 Eventos Internacionais – Congressos e similares realizados no Exterior;
2.3 Curso de Curta Duração – Cursos com duração máxima de 15 (quinze) dias realizado em Centros de Excelência em P&D CTI, no País (fora do Distrito Federal) e no Exterior.
2.4 Visitas Técnicas – Treinamento e/ou atividades de pesquisa que podem ser realizadas durante visitas de curta duração, máximo de 30 (trinta) dias, em Centros de Excelência em P&D CTI, no País (fora do Distrito Federal) e no Exterior.

4 DO PÚBLICO ALVO
4.1 Pesquisadores Doutores;
4.2 Pesquisadores Mestres;
4.3 Alunos de Doutorado;
4.4 Alunos de Mestrado; e
4.5 Alunos de Graduação - que fazem parte de Programas de Iniciação Científica.
4.6 Todos, acima citados, devem ter vinculo com Instituições de Ensino e/ou Pesquisa, Públicas ou Privadas, sediadas no Distrito Federal.
4.7 A participação em Eventos, Curso de Curta Duração e Visitas Técnicas Internacionais só será permitida a Pesquisadores Doutores, Pesquisadores Mestres e Alunos de Doutorado.
5 DAS CONDIÇÕES
5.1 DAS CONDIÇÕES GERAIS
5.1.1 O proponente deve atender as seguintes condições:
5.1.2 Ter nacionalidade brasileira ou visto permanente de residência no País, no caso de estrangeiro;
5.1.3 Ser residente e domiciliado no Distrito Federal;
5.1.4 Ter o currículo cadastrado e atualizado na Plataforma Lattes do Conselho Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com certificação no período dos últimos 06 (seis) meses;
5.1.5 Ter formação e/ou experiência compatíveis com a natureza temática do evento;
5.2 DAS CONDIÇÕES ESPECÍFICA PARA PESQUISADORES
5.2.1 Ter vínculo formal, de caráter permanente ou temporário, com Instituições de Ensino e/ou Pesquisa, Públicas ou Privadas, sediadas no Distrito Federal;
5.2.2 Ter título de Doutor ou Mestre, reconhecido na forma da legislação brasileira.
5.3 DA CONDIÇÃO ESPECÍFICA PARA ALUNOS
5.3.1 Estar devidamente matriculados em curso de pós-graduação stricto sensu ou em cursos de graduação que mantenham programas de iniciação científica.
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 Melhora a avaliação da UnB frente às universidades da América Latina


Universidade expande o número de cursos e de alunos


UnB vai para 21º no ranking dentre as latino-americanas e tem o nono lugar entre as brasileiras
Maria Thereza e Fernando Molina - Da Secretaria de Comunicação da UnB


A UnB subiu quatro posições no ranking das melhores universidades da América Latina. Pesquisa realizada pelo grupo britânico Quacquarelli Symonds mostra uma evolução da 25ª posição, ocupada no ano passado, para 21ª. O estudo também classifica a Universidade de Brasília como a nona melhor do Brasil e a quinta entre as federais.
Os critérios avaliados foram a reputação da instituição no meio acadêmico e no mercado de trabalho, a produção do corpo docente, as citações por trabalho, a proporção entre professores e estudantes, a quantidade de docentes com doutorado e a visibilidade na internet.
Na avaliação do professor Mauro Luiz Rabelo, decano de Ensino e Graduação (DEG), o resultado positivo deve-se à expansão da UnB. “Aumentamos o número de estudantes e de cursos, e houve também a ampliação e renovação do quadro docente”, avalia.
Rabelo observa que a melhora no ranking torna-se mais significativa quando considerado o número de instituições avaliadas. Neste ano, foram avaliadas 300 universidades, contra 250 em 2012, e 200 em 2011. “O resultado mais interessante é a melhoria da posição da UnB de 2012 para 2013”, acrescenta.
Além do aumento do número de professores com doutorado, o reitor Ivan Camargo atribui o salto no ranking ao trabalho e ao bom desempenho de professores e alunos, mas considera que a universidade tem potencial para evoluir. “Não vamos nos conformar com esta posição. Precisamos figurar entre as dez melhores da América Latina”, afirma.
Fonte: UnB


A pós-graduação produtivista e o processo de alienação. [i]

Por John Araujo (1)
Qual o real papel da pós-graduação? Formar cidadão capaz de transformar a sociedade, ou simplesmente produzir artigos? Neste texto, discuto que a opção oficial tem sido pela segunda alternativa; porém, a consequência desta escolha está sendo a produção de um sistema composto por orientadores e orientandos alienados.
A pós-graduação pode ser analisada sobre diversos olhares, tais como o da agência de fomento, o do(a) gestor(a) (pró-reitoria e coordenação), o do(a) orientador(a), o do(a) orientando(a) e o da sociedade. Seria ideal se todos os olhares fossem próximos (quase iguais), e se todos tivessem o mesmo objetivo, pois conforme Paulo Freire defende, todo processo educacional tem o objetivo de formar cidadão capaz de transformar a sociedade.
Para mim a pós-graduação brasileira tem cada vez mais se distanciado dos ensinamentos de Paulo Freire e rapidamente tem assumido uma perspectiva capitalista. Ou seja, a pós-graduação no Brasil está se assemelhando a uma linha de montagem, em que nós (orientadores e orientandos) temos as mesmas funções de um trabalhador em uma linha de produção, sendo os produtos finais de nossa fábrica educacional, o programa de pós-graduação, a tese e os artigos derivados.
Mas onde realmente está a semelhança entre os dois: uma linha de montagem de uma fábrica e uma formação em pós-graduação? A semelhança está no fenômeno de alienação.[ii] No processo capitalista de uma linha de produção, cada operário executa apenas uma parte do processo de produção, sem ter tido participação nas decisões sobre os objetivos da produção e sobre a real necessidade social do produto final. Desta forma ele não domina o processo que leva ao resultado final, além disso, ele está limitado pelo salário.
Através das ações das agências de fomento e em parte dos gestores, a pós-graduação toma iniciativas inspiradas no modelo produtivista. Hoje temos um sistema de avaliação dos programas de pós-graduação baseado no número de produtos finais e no tempo de produção; ou seja, a medida da eficiência passou a ser o número de produtos e o tempo para realiza-los. Estes dois parâmetros passaram a ser as medidas chaves para a eficiência do processo de formação de recursos humanos em nível de pós-graduação. O processo de formação em si não é mais considerado. Alguns justificam que isto é necessário, pois há uma diversidade de processos de formação possíveis. Considero isto uma verdade, mas o que temos visto é que o atual sistema de avaliação está exatamente construindo um único processo de formação, o baseado em fins exclusivamente produtivistas.
Ainda continuo de braços dados a Paulo Freire, considerando que o objetivo da pós-graduação é formar cidadãos capazes de transformar a sociedade, como cabe a qualquer processo educacional. Atualmente, entretanto, há uma confusão, que para mim é proposital, em que alguns leem no lugar de “cidadãos capazes de transformar a sociedade” o “número de publicações”.
E onde está a alienação? Falo de uma alienação que surge no processo de formação em nível de pós-graduação, pois para maximizar os lucros, ou seja, aumentar ou manter o Conceito CAPES dos programas de pós-graduação, presenciamos duas práticas:
1- Orientadores aumentarem o número de pós-graduandos, diversificando seus temas de investigação, e criando uma verdadeira linha de montagem de dados que se transformam em manuscritos. Dessa forma, a alienação surge da incapacidade do orientador dominar em profundidade o todo do processo de formação, e como resultado os produtos finais são de má qualidade ou defeituosos. Uma evidência de que esta alienação no conjunto dos orientados esteja acontecendo são os últimos casos de trabalhos publicados por autores brasileiros que foram retratados  [iii] em decorrência de apresentarem erros grosseiros nas apresentações dos resultados. Na ciência, o manuscrito com defeito é quase sinônimo de fraude ou má conduta.
2- Já o pós-graduando, este vive em um sistema que tem como uma prática comum a divisão e subdivisões do processo de pesquisa e de investigação científica. Nesta estratégia de fatiamento do fazer ciência, fica cabendo à cada pós-graduando apenas uma parte de um todo, e o mesmo fica sem condições de dominar ou conhecer o todo e muitas vezes até o objetivo geral do programa de pesquisa estabelecido pelo orientador. Além disso, está se tornando cada vez comum a prática do pós-graduando fazer parte do seu trabalho em outro laboratório, um laboratório que não o do orientador, as vezes até fora do país. Em alguns exemplos, a análise estatística é feita por outros, tais como outro pós-graduando ou outro pesquisador especializado, e em alguns casos a análise estatística é comprada. Aí surge aquilo que chamo de alienação: o pós-graduando finaliza seu trabalho, publica sua tese, mas não tem domínio das hipóteses, de parte da metodologia ou dos resultados, pois foi outro que fez [iv]. Alguns querem chamar este processo de interdisciplinar, mas eu o chamo de alienação do processo de fazer ciência.
Como reconhecer este processo de alienação entre os pós-graduandos? Para mim, um indicativo está na própria manifestação dos pós-graduandos que se queixam de uma insegurança e ansiedade em decorrência da falta do controle sobre seu próprio trabalho e seu futuro.[v]
Como superar esta alienação? Não tenho todas respostas, tenho sugestões, e gostaria de ouvir os colegas, para que em um próximo comentário possa fazer uma discussão sobre possíveis estratégias para mudar este quadro.
Se atualmente o Brasil precisa de mãos-de-obra especializadas, e se o Brasil precisa urgente de mais doutores, isto não significa somente que o Brasil precise de mais publicações. Mas sim, que nós precisamos de doutores capazes de transformar a realidade brasileira.
Precisamos reconstruir urgentemente o nosso sistema de pós-graduação, ou através do processo de alienação continuaremos como um país desigual e com índices educacionais inaceitáveis para o século XXI.
(1) John Araujo é Médico, Doutor em Neurociência e Comportamento (USP), professor Associado IV da UFRN e pesquisador do CNPq.

Notas
________________________________________
[i] Este texto foi apresentado pela primeira vez durante a arguição da minha mestranda Carolina Carrijo.
[ii] O conceito de alienação aqui apresentado é inspirado em Karl Marx – Manuscritos econômicos filosóficos (1844) e Elementos para a crítica econômica política (1857), (A alienação econômica pode ser descrita de duas formas: o trabalho como (a) atividade fragmentada e como (b) produto apropriado por outros).
[iii] The Journal of Endocrinology has run a correction for a paper by Rui Curi, the Brazilian scientist whose lawyers threatened Science-Fraud.org after the site ran a number of posts critical of Curi’s work. In: http://retractionwatch.wordpress.com/2013/02/28/another-correction-for-rui-curi-whose-legal-threats-helped-force-shutdown-of-science-fraud-site/
[iv] Como diria Marx: “o trabalho como atividade fragmentada”
[v] Veja o comentário de Sérgio Arthuro “Depressão na Pós-Graduação e Pós-doutorado no blog coNeCte http://blog.sbnec.org.br/2012/10/depressao-na-pos-graduacao-e-pos-doutorado/ e o comentário de Isabella Bertelli “Pós-graduação rima com depressão” em http://cienciaemente.blogspot.com.br/2012/11/pos-graduacao-rima-com-depressao.html




FAP libera R$ 5,6 milhões para pesquisadores do DF

FAP libera R$ 5,6 milhões para pesquisadores do DF Foto: Renato Perotto

Instituição retoma objetivo inicial e se reaproxima de comunidade acadêmica



A Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF) assinou a liberação de R$ 5,6 milhões para 29 projetos de pesquisa da Universidade de Brasília (UNB), da Universidade Católica de Brasília (UCB) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Os recursos faziam parte de um edital de 2010 da Rede Centro-Oeste de Pós-Graduação que só foram liberados agora pela atual gestão.
O evento para a assinatura dos termos foi no Salão de Atos da Reitoria e contou com a presença de autoridades e representantes da academia, entre eles, o reitor da UNB, Ivan Camargo; do decano de Pesquisa e Extensão, Jaime Santana; do presidente da FAP, Alexandre Gouveia; do reitor da UCB, Ricardo Mariz; e do deputado distrital Israel Batista, membro da Comissão de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Ciência, Tecnologia, Meio Ambiente e Turismo.
Na ocasião, o presidente da FAP, no cargo desde outubro do ano passado, Alexandre Gouveia, apresentou um plano de trabalho com metas e desafios para 2013 e 2014. "Estamos, durante o mês de março, trazendo essa proposta para debater com toda a comunidade acadêmica. O objetivo é atender melhor aos anseios e necessidades da área de pesquisa do DF. O plano será colocado em prática no mês de abril. Este plano anual é a gênese para um planejamento estratégico de 20 anos, que visa garantir a continuidade do trabalho que começamos agora", afirmou.
Além de um planejamento estratégico, a nova gestão da FAP-DF começou um trabalho de aproximação com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que vem para contribuir no crescimento institucional. Segundo Gouveia, a Fundação é a primeira instituição da federação na área de ciência e tecnologia a se aliar à Unesco.
Para o Reitor da UnB, Ivan Marques, é fundamental pensar no futuro da pesquisa. "A gente precisa pensar no longo prazo. Precisamos estar juntos: universidades e parceiros. A sensação que eu tenho é que essa sala lotada é a demonstração que damos para a sociedade de que nós estamos dispostos a fazer isso", endossa.
A FAP-DF tem um orçamento de R$ 80 milhões para 2013, isso corresponde a 0,5% da receita corrente líquida do Distrito Federal, mas o presidente da Fundação, Alexandre Gouveia, já apresentou uma proposta na Câmara Legislativa para que os recursos cheguem a R$ 210 milhões em 2014. O deputado distrital Israel Batista classificou como "conquistas importantes" os recursos já liberados e disse estar engajado para a ampliação do orçamento da FAP. "O desenvolvimento das pesquisas precisa desses investimentos", disse ele.

Rede Pró Centro-Oeste
A rede Pró Centro-Oeste foi instituída, por meio da Portaria MCT/MEC 1.038, de 10 de dezembro de 2009, com objetivo de consolidar a formação de recursos humanos, a produção de conhecimentos científicos, tecnológicos e de inovação que contribuam para o desenvolvimento sustentável da região Centro- Oeste, com vistas à conservação e uso sustentável dos recursos naturais do Cerrado e do Pantanal. Estão previstos investimentos de R$ 150 milhões em cinco anos. Fazem parte do programa os estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e do Distrito Federal (DF).
Fonte: FAP-DF

Governo federal volta a exigir doutorado de docentes

O Diário Oficial da União anunciou nesta quinta-feira (15) a Medida Provisória 614, que restabelece a exigência de doutorado para a admissão de professores em universidades e institutos federais de ensino superior.  A medida altera a lei 12.722, de 2012, que equipara o processo de contratação de professores ao dos demais cargos do funcionalismo público, o qual admite a contratação de profissionais sem pós-graduação.

De acordo com o decreto oficial,  o diploma de doutorado só não será exigido “quando se tratar de provimento para área de conhecimento ou em localidade com grave carência de detentores da titulação acadêmica de doutor, conforme decisão fundamentada de seu Conselho Superior”.  Estes casos abrirão exceção para a contratação professores com título de mestre, especialista ou graduado.

A determinação anterior foi duramente criticada por alguns movimentos das entidades estudantis e da comunidade científica brasileira, que argumentou que a medida era um retrocesso histórico para o desenvolvimento da pesquisa e da ciência no Brasil. Nesta semana, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, comunicou durante audiência pública no Senado Federal que houve um erro na lei que seria corrigido com a publicação da medida provisória. "Nós demandamos à Casa Civil uma medida provisória dizendo o seguinte: para entrar na rede federal, tem que ser doutor. Para não ser doutor, o órgão superior, o conselho universitário, tem que aprovar os casos excepcionais".

A medida vem para corrigir o erro técnico do governo, o qual, supostamente, gerou consequências imediatas, como a interrupção de contratações por universidades que discordavam da legislação.  

De acordo com o novo texto, a carreira do magistério federal será composta por cinco classes, que vão de professor adjunto, assistente e auxiliar (classe A), até professor titular (classe E). O ingresso se dará pela classe A, necessariamente, por meio de concurso público e prova de títulos.
Fonte: ANPG

Pesquisadores, professores, alunos e funcionários da Coppe-UFRJ protestam por maior autonomia
Segundo a instituição, auditores da Controladoria-Geral da União (CGU) têm criado regras que prejudicam o funcionamento de seus laboratórios.
Pesquisadores, professores, alunos e funcionários da Coordenação de Programas em Pós-Graduação de Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), fizeram na segunda-feira (20) um protesto em defesa da autonomia e da pesquisa universitária na instituição. Segundo a Coppe, auditores da Controladoria-Geral da União (CGU) têm criado regras que vem prejudicando o funcionamento de seus laboratórios. A manifestação ocorreu nas escadarias da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), no centro do Rio, durante a cerimônia de entrega da Medalha Tiradentes ao instituto pelos seus 50 anos de criação.
Para a Coppe, maior instituição de ensino e pesquisa em engenharia da América Latina, a cartilha Coletânea de Entendimentos, publicada pela CGU em parceria com o Ministério da Educação, representa uma "violação da Constituição Federal". No ano passado, o governo federal investiu cerca de R$ 320 milhões no instituto, que também tem investimentos privados.
"A CGU é, na prática, contra os nossos laboratórios, e a cartilha impede a sua manutenção. Se é preciso substituir algum equipamento para uma pesquisa em andamento, com os procedimentos burocráticos, isso levaria no mínimo seis meses. Então o processo se inviabiliza, não tem mais sentido fazer pesquisa nenhuma", disse o diretor da Coppe, Luiz Piguelli Rosa.
Segundo o diretor, a cartilha estabelece regras para os recursos obtidos de empresas parceiras da universidade. "Tal qual aconteceu com Tiradentes, que a Coroa Portuguesa mandou enforcar e salgar a terra para que não nascesse mais nada ali, a controladoria pretende jogar sal na Ilha do Fundão, demolir os prédios, despedir os pesquisadores. É a coisa mais nociva que existe no Brasil", disse Pinguelli Rosa.
De acordo com a assessoria da CGU, o documento foi publicado em fevereiro deste ano, e desde então tem sido alvo de polêmicas. A controladoria informou que a cartilha tem como objetivo minimizar irregularidades na gestão das instituições federais de ensino, além de orientar os "gestores dessas entidades na execução dos recursos orçamentários e financeiros". A proposta de elaboração da cartilha surgiu "ao se perceber a necessidade de produzir uma ferramenta que esclarecesse as inúmeras dúvidas deixadas por uma legislação às vezes insuficiente".
Desde 1989, a Medalha Tiradentes é concedida a pessoas e instituições que tenham prestado relevantes serviços à causa pública. A entrega do prêmio à diretoria da Coppe ocorreu no Plenário Barbosa Lima Sobrinho do Palácio Tiradentes. Já foram contemplados com a medalha, entre outros, o ambientalista Chico Mendes; o educador Paulo Freire, o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, e o ex-presidente de Cuba, Fidel Castro.
Criada em 1963, a Coppe inaugurou o modelo de pós-graduação adotado pelas universidades brasileiras. Em 50 anos de atividade, o instituto foi pioneiro em diversas frentes de atuação, como na exploração do petróleo no mar na década de 1970 e formou mais de 13 mil mestres e doutores. A cada ano, são defendidas cerca de 500 dissertações de mestrado e doutorado na instituição, que tem 348 professores doutores, 61 pesquisadores pós-doutores, 350 funcionários e 123 laboratórios.
(Agência Brasil)
Fonte: ANPG

UnB bate recorde de publicações online Instituição é considerada a 14ª melhor universidade de América Latina e é a sexta do país em ranking internacional


Francisco BrasileiroDa Secretaria de Comunicação da UnB
A UnB subiu cem posições no ranking Webometrics – que mede a visibilidade de universidades de todo mundo na internet – em relação a julho de 2011. Entre as universidades brasileiras, a UnB alcançou a sexta posição e ficou em quarto lugar entre as federais. A conquista é resultado de uma política que combina o aumento das publicações acadêmicas na internet e o investimento na tecnologia da rede de computadores que hospeda as páginas da instituição.
Acesse aqui o ranking completo
Veja a classificação das universidades brasileiras


A internet é hoje uma das principais vias para tornar conhecida por outros pesquisadores e pela comunidade a produção acadêmica da universidade . O ranking só confirma o investimento da universidade nessa divulgação. Para se ter uma ideia, o número de downloads de pesquisas e textos acadêmicos armazenados no Repositório Institucional da UnB (RIUnB) aumentou 36% entre 2010 e 2011, enquanto a quantidade de consultas online a esses mesmos documentos cresceu 19%. No total foram mais de 2,2 milhões de downloads e consultas só em 2011.
Acesse as estatísticas do RIUnB no site da Biblioteca Central (BCE)
Neide Gomes, diretora interina da BCE, explica que um dos quesitos avaliados pelo Webometrics é justamente a quantidade de documentos de livre acesso disponíveis na rede – pesquisas que podem ser encontradas diretamente pelos buscadores da internet, sem que seja necessário entrar no site da instituição. “Esse indicador mostra que a produção acadêmica na universidade tem cada vez mais visibilidade”, conta. “Foi isso que permitiu que nós crescêssemos no ranking”. A classificação é organizada pelo Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC), instituição de pesquisa espanhola, e é divulgado duas vezes ao ano: em julho e janeiro. No total, 12 mil universidades foram avaliadas no ranking de janeiro.
EXCELÊNCIA – Para o reitor em exercício da UnB, João Batista de Sousa, o resultado reflete o crescimento acelerado da UnB. “Nós aumentamos consideravelmente nossa produção, hoje temos os campus de Ceilândia, Gama e Planaltina produzindo pesquisa junto com o campus Darcy Ribeiro”, afirma.  Para a decana de Pesquisa e Pós-Graduação “esse dado demonstra a excelente inserção do que é produzido na UnB em termos de mestrado, doutorado e publicação de artigos científicos”.
O número de documentos publicados no RIUnB somados ao Banco Digital de Monografias – que reúne os trabalhos de conclusão de curso de graduações e especializações – chega a 11,3 mil. “O sucesso das bases reflete a campanha que fazemos junto aos pesquisadores para que eles divulguem seus trabalhos online”, afirma Neide. Ela explica que de posse de um software adequado o próprio pesquisador pode publicar as pesquisas nos repositórios da UnB. “Com a iniciativa do pesquisador, essa divulgação pode ser feita em um tempo menor, já que dispensa a intermediação da BCE”.
Neide explica que as publicações de acesso livre pesam em dois dos quatro indicadores utilizados no ranking Webometrics. Os quesitos são: o tamanho (size), que mede o número de páginas da universidade que são recuperadas por meio de buscas no Google; a visibilidade (visibility), que indica o número de sites com links para páginas da instituição; o schoolar, produção acadêmica acessível na internet; e o rich files, arquivos de documentos em vários formatos armazenados em sites da UnB. “As pesquisas divulgadas na rede influenciam diretamente nos quesitos schoolar e rich files”, afirma.
Fonte: UnB

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